Segundo a Sociedade Brasileira de Cefaleia, mais de 140 milhões de pessoas sofrem com dores de cabeça no país, mais da metade da população brasileira, que hoje chega a 212,6 milhões de pessoas, de acordo com o IBGE. A cefaleia, popularmente conhecida também como dor de cabeça, pode ser de uma causa primária ou secundária.
A causa primária já identifica esse sintoma e a enfermidade. Já as causas secundárias são mais correlacionadas com outras doenças, como o AVC, a sinusites, os tumores cerebrais, meningite, a aneurismas e também possíveis problemas na visão, tais como os erros de graus nos óculos, a inflamações ou infecções oculares.
No caso da falta da correção no grau dos óculos, a cefaleia geralmente é de leve intensidade e se situa na sua região frontal da cabeça (testa). “Os processos inflamatórios são intraoculares como é o caso da uveíte, ou as crises do aumento súbito da pressão intraocular (que é o glaucoma agudo) podem também gerar dores oculares e cefaleias.
Existem também as cefaleias em salvas (que também são chamadas de cluster) que causam a dor pulsátil retro ocular (atrás dos olhos), podendo causar também ptose palpebral, a hiperemia ocular e lacrimejamento”, explica o oftalmologista do Hospital dos Olhos do Paraná, Luiz Osowski. Conheça o Visium Max.
De acordo com esse médico, a melhor maneira de prevenir ou tratar a cefaléia de origem oftalmológica é consultar sempre e regularmente um profissional especializado. “É o seu oftalmologista que vai poder confirmar se o paciente tem algum problema na visão, ou atualizar o grau dos seus óculos.
Se a dor for muito constante nos olhos ou atrás dos olhos, é necessário ter uma consulta o mais breve possível, pois existem as situações que podem causar sequelas permanentes na visão”, alerta Osowski. Entre esses problemas de visão mais comuns que causam dores de cabeça estão a miopia (a dificuldade de enxergar para longe), a hipermetropia (dificuldade de enxergar para perto) e o astigmatismo (pessoas que enxergam as imagens distorcidas, bem turvas ou borradas).
Enxaqueca ocular
Muitos conhecem essa enxaqueca como sendo uma forte dor de cabeça. O que muitas pessoas não sabem é que também existe a enxaqueca que afeta diretamente os nossos olhos, chamada de enxaqueca ocular. Ela se caracteriza por ser uma série de alterações que podem ocorrer em um ou nos dois olhos.
Segundo os cientistas, os processos que levam a este tipo de quadro são os mesmos que causam a enxaqueca comum: a redução ou espasmos dos vasos sanguíneos causados pela variação dos níveis da serotonina. A diferença é que, na enxaqueca oftálmica, esses vasos estão localizados na nossa retina ou atrás dos olhos. Há, ainda, estudos que apontam as mutações genéticas e a falta de magnésio como fatores de risco para esse problema.
As crises da enxaqueca ocular podem ser desencadeadas por vários motivos. Entre os principais estão o jejum por um tempo prolongado, o consumo excessivo de frituras, chocolates e outros alimentos mais gordurosos ou com muito açúcar. Outras doenças como a alergia e a intolerância alimentar podem contribuir também para os episódios de enxaqueca. As crises também podem ser acompanhadas de vários sintomas, como enjoo, a queda da pálpebra (ptose), o estrabismo temporário, alteração no tamanho da sua pupila e sensibilidade à luz e ao som.
Alteração Visual e a Dor de Cabeça
As pessoas que têm dor de cabeça com uma certa frequência, antes de procurar um médico neurologista, podem procurar um oftalmologista para poder verificar se não tem problema de visão. Na grande maioria dos casos, os problemas na visão podem influenciar muito nas dores de cabeça.
Este artigo foi produzido pelos redatores do Cuidar de Idosos e Erika Palomino